Tanto o deputado distrital Daniel Donizet como o recém nomeado administrador regional do JB, Hamilton Santos, afirmaram que a ‘nomeação surpresa’ não é resultado de indicação política e ambos reiteraram o compromisso com a comunidade.
A conversa se deu na quarta-feira, dia 02/06, na sede do MCJB, como resultado da preocupação demonstrada pelos moradores do bairro diante da troca de administradores, sem consulta à comunidade, o que gerou dúvidas e receios acerca da volta de um passado indesejado pela maioria e de uma possível paralisação de importantes projetos em andamento.
Há seis anos, o Jardim Botânico sofreu uma cisão comunitária, situação que os moradores e síndicos temeram reviver com as recentes notícias que relacionam Hamilton Santos a uma antiga associação, hoje sem representatividade.
Rose Marques, ex-presidente do MCJB e síndica do condomínio Ouro Vermelho I, externou o temor do retorno das disputas de interesses políticos que presenciou em 2015. E explica que o Movimento surgiu da necessidade de se garantir uma instância de luta pelos interesses da comunidade, sem visar ganhos pessoais ou financeiros. Seis anos depois, esse objetivo foi atingido, pois hoje o Movimento representa 70 mil habitantes distribuídos por 57 condomínios associados, o que demonstra o reconhecimento da comunidade ao papel do MCJB.
Diante da inquietação comunitária, o MCJB convidou o Deputado Distrital Daniel Donizet (PL) e o recém nomeado administrador regional, Hamilton Santos, para dialogar e conhecer as demandas do bairro e o trabalho realizado pelo Movimento, a maior Organização da Sociedade Civil de Interesse público (Oscip) do país.
O novo administrador negou participação nos eventos de 2015 e foi categórico: “Na época da cisão, eu não tinha participação na AJAB. Não estou representando associação e nem cheguei aqui por indicação (…) Não represento a AJAB desde 2015 e a AJAB não me representa!”
Para a presidente do MCJB, Maria Luiza Valle, as trocas constantes de administradores regionais atrasam os avanços na região, especialmente quando as lideranças comunitárias são surpreendidas, sem consulta prévia. “Até o novo administrador tomar pé da situação e começar a desenvolver o trabalho leva um tempo e isso é muito ruim para a região. Nossa comunidade é muito politizada e participativa, em diálogo constante com o Movimento. Nos grupos todos cobraram um posicionamento.”, explica.
O Deputado Distrital, Daniel Donizet, que é morador do Jardim Botânico e apontado pelas notícias como o responsável pela indicação do administrador regional, esclareceu que a nomeação é feita pelo Governador e que o diálogo com a comunidade deveria ter sido feito pelo secretário Vitor Paulo, da Secretaria de Relações Institucionais. Donizet também afirmou estar comprometido em auxiliar a administração regional e a comunidade em relação às demandas apresentadas, incluindo a regulamentação dos cercamentos e o Parque Ecológico do Jardins Mangueiral.
Fotos: Mardônio Vieira/CLDF
Livino Silva Neto, membro da diretoria do MCJB e Presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg-JB), disse ao deputado Donizet e ao novo administrador do JB que é expectativa da comunidade uma maior participação no planejamento e desenvolvimento da cidade. “Gostaríamos que o administrador que está chegando institua uma demanda que já está na Lei Orgânica: o Conselho Comunitário de Planejamento e Desenvolvimento do Jardim Botânico. Você vai ter essa experiência e essas competências trabalhando para a cidade crescer, do jeito que nós também queremos e de forma sustentável”, conclui.
Vanessa Barbosa, Presidente da Associação de Amigos do Jardins Mangueiral (AAJM), também defendeu o planejamento do bairro para seu desenvolvimento. “Precisamos de desenvolvimento socioambiental e queremos planeja-lo junto ao GDF e à comunidade local. Não podemos crescer ainda mais sem equipamentos públicos, sem mobilidade, sem parques, sem qualidade de vida.”, explica Vanessa.