Jardim Botânico poderá ser a 5ª maior RA do DF

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Jardim Botânico poderá ser a 5ª maior RA do DF

Mangueiral, Tororó, Itaipú e Altiplano Leste se integram ao Jardim Botânico na nova poligonal apresentada pelo GDF. As mudanças poderão transformar o JB na quinta maior das 31 regiões administrativas do DF.

Ocorreu na última quarta (29) a primeira de três audiências públicas para apresentar e debater o projeto de lei complementar (PLC das poligonais) sobre os limites físicos das 31 regiões administrativas do DF. Apenas 19 das RA’s têm seus limites geográficos estabelecidos e reconhecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela CODEPLAN.Crédito: Movimento Comunitário do Jardim Botânico - MCJB

A proposta foi apresentada pela Segeth que explicou os aspectos técnicos do estudo e critérios utilizados para o redesenho proposto que tornará a RA-XXVII do Jardim Botânico a quinta maior do DF em extensão geográfica (clique aqui e veja no mapa) e a 11ª no ranking populacional. Estima-se uma elevação de 100 mil habitantes para o JB.

A proposta tem o mérito de acertar os dados geográficos, sem os quais as pesquisas realizadas por estes órgãos têm dados distorcidos à realidade das comunidades, dificultando o planejamento urbano e a prestação de serviços públicos nas regiões ainda sem limites demarcados.

Comunidade do JB gostou, parte dos chacareiros do Altiplano não

Representantes dos condomínios do JB, além da comunidade do Tororó, Mangueiral e condomínios do Altiplano Leste, presentes na audiência, aprovaram a proposta do GDF que inclui suas regiões, oficialmente, no Jardim Botânico, mas demonstraram preocupação com a falta de previsão de investimento para a região.

Mas nem todos gostaram. Alguns representantes dos chacareiros do Altiplano Leste declararam preferir se manter no Paranoá. O motivo, segundo associados da APRALB (Associação dos Produtores Rurais do Altiplano Leste de Brasília), é a preocupação com a preservação das áreas rurais do Setor Habitacional. Eles temem a depredação e o surgimento de parcelamentos irregulares nas chácaras e reivindicam a permanência do Altiplano Leste no Paranoá.

Para Avay Miranda, chacareiro, agrônomo e produtor rural, a preservação das áreas rurais pode ser garantida com mais fiscalização e por outras leis, como o PDOT, a LUOS (Lei complementar de uso e ocupação do solo) e o ZEE (Lei do Zoneamento Ecológico Econômico).  Para ele, a proposta da poligonal “dialoga com as propostas de legislação para o ordenamento territorial que o GDF está discutindo com a sociedade”. Para Miranda é preciso não confundir uma medida que visa aperfeiçoar a administração pública – o redimensionamento das  Regiões Administrativas – com as medidas de ordenamento territorial. “A APRALB tem entre 100 a 150 associados ditos produtores rurais em um universo de mais de 800 chácaras. Logo, ela pode falar em nome de seus associados, jamais em nome do Altiplano Leste.”, afirmou Avay, que se manifestou favorável à incorporação de todo o Altiplano à Região Administrativa do Jardim Botânico.   

Falta de planejamento, submissão ao Lago Sul e previsão de orçamento pífio preocupam

Rose Marques, presidente do Movimento Comunitário do Jardim Botânico, afirmou que o Movimento é favorável a proposta e também pontuou a urgência da medida para o ordenamento e crescimento urbano do bairro, para que se evite a grilagem de terras, melhore a proteção das áreas verdes e nascentes na região, preservando o meio ambiente e qualidade de vida da população.

Entretanto Rose enfatizou que a nova poligonal não exime o Estado de acrescentar ao planejamento territorial um efetivo planejamento voltado ao desenvolvimento da região. “Não adianta organizar nossa geografia sem planejamento e políticas públicas. O GDF nos coloca como 5ª maior RA, porém mantém para 2018 a pior previsão orçamentária das 31 regiões do DF. Continuamos sem equipamentos públicos, sem administrador, sem escola, sem delegacia, sem saúde… (…) a poligonal tem que vir junto de um projeto urbanístico real e efetivo”, ressaltou.

Após as consultas públicas, as novas poligonais seguirão para análise do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan). Uma vez aprovado, o Executivo local encaminhará o projeto à Câmara Legislativa. A expectativa é que os distritais recebam o texto no primeiro semestre de 2018.

Confira o mapa da última atualização das poligonais:

Confira o mapa de como as poligonais estão, atualmente, sem normativa:

Como foi proposto:

5 Comentários

  1. Carla Pereira Leite disse:

    A RA do jardim Botânico não está conseguindo nem o básico com a área que possui hoje… imagina incorporar outras áreas… Nossa área do Altiplano é Rural.. não queremos sair da RA do Paranoá. Como diz mesmo a sra. Rose ““Não adianta organizar nossa geografia sem planejamento e políticas públicas. O GDF nos coloca como 5ª maior RA, porém mantém para 2018 a pior previsão orçamentária das 31 regiões do DF. Continuamos sem equipamentos públicos, sem administrador, sem escola, sem delegacia, sem saúde… (…) a poligonal tem que vir junto de um projeto urbanístico real e efetivo”, ressaltou.”””

  2. Pedro disse:

    Diferente do informado, a comunidade de moradores do JB não gostou.

  3. Joao disse:

    A inclusão do Altiplano Leste irá prejudicar seus moradores. Qual a infraestrutura que o Jardim Botânico oferece? O Paranoá possui rede de ensino, hospital, delegacia etc. Não iremos nos submeter à vontade de grileiros.

  4. Antonio disse:

    Antonio : Como proprietário e morador do Núcleo Rural do Altiplano Leste, devo dizer que não me surpreendeu a colocação do Sr. Avai Miranda, auto identificado como agrônomo, chacareiro e produtor rural. Ele tem razão ao dizer que a grande maioria dos moradores do Altiplano Leste não é produtor rural. O Senhor Avaí ilustra à saciedade a colocação, pois produziu hortaliças durante um pouco tempo e depois colocou a enxada no armário. Igualmente, desligou-se da APRALB, à qual foi associado durante um pouco tempo. A APRALB, com efeito, não tem um corpo de associados muito amplo, mas tem uma história de luta em defesa do Altiplano Leste e executa vários serviços que incumbiriam, basicamente, ao poder público: é a APRALB que recolhe o lixo dos moradores, é lá que o Sr. Avaí recolhe sua correspondência; o asfalto por onde trafega o Sr Avaí também existe graças a APRALB. A escola-classe funciona em terreno cedido ao GDF pela APRALB em regime de comodato.Pois a chácara onde funciona a APRALB foi comprado pelos associados, na presidência do fundador e primeiro Presidente da APRALB, Sr. Helio Sasaki. É lá que se celebra há decênios a Santa Missa a que assite o Sr Avaí. Há que registrar-se que há dois Altiplanos: o Altiplano Urbano, dos condomínios, onde se instalou uma certa população que desejava melhor qualidade de vida, aliás, muito bem tratada pelos moradores do Altiplano Leste Rural, dos chacareiros. Acredito que os habitantes dos condomínios têm muito mais afinidade com a RA do Jardim Botânico do que com o Altiplano dos chacareiros, embora alguns apreciem nossa região e até mesmo apoiam o CSA da Ecovila do ALTIPLANO RURAL. Para concluir, só tenho uma sugestão aos senhores líderes (moradores de condomínios, de pouca ou nenhuma representatividade) detratores do Altiplano Rural: deixem-nos em paz, Não precisamos de líderes da efemeridade e do oportunismo. Passem para o Jardim Botânico e bon voyage.

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    • Avay Miranda Junior disse:

      O filósofo alemão Arthur Schopenhauer deu uma dica singela para que, ainda que na ausência de argumentos, seja possível vencer um debate, qual seja: desqualificar o oponente. Quando um mensageiro trouxer uma crítica irrefutável, esqueça o conteúdo da mensagem e se concentre apenas em atacar o mensageiro. Desqualifique-o, para que seus argumentos não tenham credibilidade.
      Talvez seja este o objetivo do sr. Antonio de tal, que foge do tema e se concentra na pessoa que apresenta uma opinião. Típico de pessoas de má fé.

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