Da Redação do MCJB – 29/05/2016
 
Conselho Comunitário do Jardim Botânico, dentro do cronograma de reuniões para ouvir a comunidade, realizou encontro no dia 24 com o objetivo de analisar a questão das estatísticas criminais do bairro. 

Compareceram à reunião o SubChefe de Inteligência e Analista Criminal, Tenente Coronel Klepter Gonçalves e os Comandantes do 21° BPM de São Sebastião, TC Valverde,  e do 20° BPM do Paranoá, TC Sarmento, única reunião que não contou com a participação do Comandante Geral Coronel Nunes, sendo então conduzida pelo seu Chefe de Gabinete, Coronel Ferro.
Dentro da temática geral, que é a atual situação da segurança no Jardim Botânico, os participantes focaram nos dados estatísticos da região, sempre declarados pela comunidade como subestimados. Em outras palavras, a estatística criminal do bairro sempre registra menos ocorrências do que deveria. Isso se deve a várias causas, mas os órgãos de segurança do  governo somente agora procuram entender e resolver.  O fato é que as estatísticas regem a criação de aparatos de segurança, o que explica porquê o Jardim Botânico não tem nenhum equipamento público para essa área. 
 
Foto: Movimento Comunitário do Jardim Botânico
Coronel Ferro com membros do CONSEG-JB
 
Ocorre que o problema se retroalimenta, em um “ciclo perverso”, como explicou o presidente do CONSEG-JB, Flávio Henrique Santos. Estatísticas subestimadas criam a falsa ideia de segurança e impedem a implantação de efetivos policiais; a falta desses efetivos e a ausência de operações nas vias do bairro levam ao registro da ocorrência em outros bairros, mascarando as estatísticas. O desafio é identificar, nesse ciclo, a raiz do problema.  
 
O Tenente Coronel Klepter  explicou como as estatísticas são geradas. Todo atendimento, seja pelo 190 ou diretamente pelo batalhão que atende a área, gera um registro. Análise desses registros mostram que cerca de 50%, mesmo com o endereço do Jardim Botânico, não apresentavam a indicação do lugar exato onde ocorreram. O detalhamento do local, no formulário, ocorre nos campos de preenchimento denominados “complemento”, informação que não é parametrizada pelo sistema que cria a estatística. 
 
Além disso, ao ser apresentada a Portaria nº 04/2015, que contem a definição de abrangência administrativa da R.A. do Jardim Botânico,  o Tenente Coronel Klepter constatou que a base de dados está desatualizada, não sendo computadas as ocorrências dos Setores Jardim Botânico 3 e Mangueiral. 
 
Foi conferido ao CONSEG – JB a tarefa de coletar e encaminhar os dados para a atualização e possível detalhamento da base de dados da PM, processo que será explicado na próxima reunião comunitária do Conselho, em data a ser agendada em junho.
 
Foto: Movimento Comunitário do Jardim BotânicoAproveitando a presença dos dois Comandantes de Batalhão, o presidente do CONSEG – JB reiterou a solicitação comunitária de implantação de efetivo policial próprio para a Região, dentro da abrangência da portaria nº 4, que definiria uma poligonal também para a área de segurança. Assim, o atendimento estaria unificado, com a evidente melhoria do serviço e a geração de uma estatística fidedigna. 
 
Para o Coronel Ferro, contudo, as dificuldades de efetivo da Polícia Militar seriam um complicador para a criação de um destacamento próprio para o Jardim Botânico. Atualmente são cerca de 150 homens que atendem 200 mil habitantes (moradores do Jardim Botânico e São Sebastião), uma relação de mais de 1 mil habitantes para cada policial, relação muito superior à apresentada pelo IBGE, em 2013, na qual indicava 199 habitantes para cada policial, considerando todo o Distrito Federal. 
 
A Comunidade seguirá exigindo a implementação de seu aparato de Segurança Pública, pois, mesmo com dados estatísticos incompletos, ainda assim demonstram que o crime está aumentando na região. Em 2013, foram 39 ocorrências; em 2014, baixou para 21; mas, em 2016, com uma parcial de apenas 5 meses, os números oficiais ultrapassam 40 ocorrências.