Região do JB e Mangueiral não têm escolas públicas e se mantém sem perspectivas para sua construção. O déficit é da ordem de 4 mil alunos. Movimento e AAJM apresentam soluções à Secretaria de Educação.

Mesmo sendo um dos maiores recolhedores de impostos per capita do DF, os moradores do Jardim Botânico continuam com o título de a única região administrativa do DF sem equipamentos públicos. Isso significa ser um bairro sem uma única escola, sem delegacia, sem bombeiros, apesar de seus 70 mil habitantes.

Hoje, desde a integração do Jardins Mangueiral ao JB, uma das maiores demandas recai justamente no déficit para 4 mil alunos que, não tendo vaga nas escolas de São Sebastião, são obrigados a enfrentar transporte para outros locais do Distrito Federal. As crianças pequenas são transportadas em ônibus alugados pela Regional Leste e os maiores enfrentam o transporte público, alguns precisando de quatro passagens.

A demora da Secretaria de Educação do GDF em resolver a questão provocou reação do Movimento e da Associação de Amigos do Jardins Mangueiral (AAJM), que cobraram do governador Rodrigo Rollemberg uma solução para o problema, no dia da visita feita por ele às obras do Parque Vivencial do Jardim Botânico 3. Na ocasião, ao ser alertado por um diretor do Movimento da existência de lotes prontos para a construção da escola ao lado do parque, o governador imediatamente ligou para o Secretário de Educação, Júlio Gregório, e determinou prioridade na construção de escolas na região, principalmente para atender a comunidade do Jardins Mangueiral.

Determinação do governador, de um lado, e adiamentos constantes na execução da obra, por outro, fizeram com que uma reunião de emergência fosse marcada entre a Secretaria de Educação, o Movimento e a AAJM. A Administração do Jardim Botânico também foi convidada, mas não compareceu. Estiveram presentes o subsecretário de Educação do GDF, Isaías Aparecido, representantes do Movimento e da Regional de Ensino Leste, que contempla as regiões de São Sebastião e Jardim Botânico.

Sem verba e sem previsão

Apesar de reconhecer a necessidade da instalação de uma escola na região, o subsecretário admitiu  que não há verba disponível para arcar com os custos da obra, nem mesmo do projeto necessário à sua  execução. Lembrado por representantes do Movimento que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE disponibiliza gratuitamente esses projetos e verbas emergenciais para construção de escolas em todo o país, o subsecretário argumentou que o alcance do projeto não abrange os projetos executivos necessários para a licitação, como projeto de estrutura, elétrico, dentre outros.

Dentro da proposta do Movimento de apresentar soluções para os problemas da comunidade, foram oferecidas alternativas ao GDF, dentre elas, o mapeamento dos mais de 10 lotes existentes no bairro para construção de escolas e desembaraçados juridicamente. A  AAJM também lembrou que já se dispôs a doar projetos de execução e que existe projeto pronto de uma escola no Mangueiral.

Diante do leque de soluções apresentadas, Isaías Aparecido ficou de discutir o assunto com a Secretaria de Educação para avaliar qual a melhor alternativa que viabilize a construção da escola no bairro no curto prazo.