Da Redação do MCJB – 08/01/2017

2017 começa mal para a educação no Jardim Botânico. Não há previsão orçamentária nem projetos para construção de escola pública em São Sebastião ou Jardim Botânico. Representantes do GDF prometem responder sobre real situação dos projetos para construção de escolas na região.

A reunião ocorreu na última sexta (6), na sede do Movimento, entre representantes da Regional de Ensino de São Sebastião, da Administração Regional do Jardim Botânico, o presidente da Associação de Moradores do Jardins Mangueiral (AAJM), e membros do GDF para debater a urgência na implantação de uma escola no bairro, principalmente no Mangueiral, considerando-se a ausência de previsão orçamentária.

Paulo Isidoro, presidente da AAJM, explicou o drama do Jardins Mangueiral. A população só aumenta e, com ela, cresce a demanda por vagas em escolas públicas. Com superlotação, São Sebastião não tem vagas. O Jardim Botânico não tem escolas. Dessa forma, os alunos residentes no bairro são obrigados a se deslocarem para outras regiões do DF, em ônibus destinado para esse fim pela Secretaria de Educação. Até agora. Para piorar esses ônibus serão cortados. “O que nos resta?” – pergunta Paulo Isidoro. “Agora, além de ver nossos filhos saindo para longe de casa para estudar, ainda temos de vê-los enfrentando linhas de ônibus comuns, em veículos lotados!

Não existem linhas de ônibus diretas do Mangueiral para Asa Sul ou Asa Norte, onde fica a maioria das escolas. Paulo Isidro enfatiza que, à época da divulgação e venda dos imóveis do bairro, foi prometido aos moradores equipamentos públicos diversos, como unidades de saúde, posto policial, especialmente escolas.”E nada disso foi entregue”, afirma.

O coordenador da Regional de Educação de São Sebastião, Paulo Viana, afirmou que compreende a importância e a urgência de uma escola na região, principalmente no Mangueiral, e que tem trabalhado junto à Secretaria de Educação para que a implantação ocorra ainda em 2017. Em relação à retirada dos ônibus que buscavam os alunos em casa, no caso específico do Mangueiral, os alunos poderão se deslocar por passe livre e que a disponibilidade de mais linhas para o bairro deve ser solicitada ao DFTRANS. Paulo Viana também informou que, em 2016, foram investidos R$25 milhões para construção de novas escolas e creches no DF, porém nenhuma na região leste, que engloba São Sebastião, Jardim Botânico e Paranoá.

Para 2017, mais uma vez, não há previsão orçamentária para construção de escolas na região leste, o que agrava muito o já elevado déficit de vagas na região. Este déficit prevê cerca de 10 mil vagas em escolas públicas perto de suas casas. Viana já havia alertado o Movimento, em reunião anterior, que a última escola construída em São Sebastião foi há seis anos. Enquanto isso a população aumentou em uma média acima de outras regiões.

A implantação do Mangueiral elevou exponencialmente a demanda por vagas na rede de ensino de São Sebastião, muito acima do disponível (relembre aqui). Atualmente, a Regional de Ensino de São Sebastião é obrigada a alugar 70 ônibus para transportar alunos, por falta de vagas na cidade.

A Região Administrativa do Jardim Botânico tem seis lotes destinados ao uso exclusivo para a educação, três no Jardim Botânico III e outros três no Mangueiral, mas a Secretaria da Educação alega ter poucos engenheiros para executar projetos de construção. A Administração do Jardim Botânico anunciou, no final de 2016, um acordo com a Secretaria de Educação e com a Terracap, para que lotes ociosos destinados à educação pública no Lago Sul sejam vendidos ou permutados para a construção de escolas públicas no Jardim Botânico e Mangueira. Entretanto, essa não é uma solução de curto prazo.

Representantes da Administração Regional do Jardim Botânico garantiram que o administrador Alessandro Paiva vai se reunir com o Secretário de Educação, Sr. Júlio Gregório, para achar uma forma de iniciar as obras das escolas ainda em 2017 e prometeram uma resposta oficial até o final desta semana.